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Tratamentos para infertilidade conjugal

Publicado em: 03.02.2014

Estima-se que existam 80 milhões de casais com problemas de infertilidade no mundo, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), e aproximadamente 2 milhões deles apenas no Brasil.

Quando o casal tem dificuldade para engravidar, procura o ginecologista para uma primeira avaliação. A infertilidade pode ter como causa o fator masculino, o feminino, ou os dois. Após esta avaliação, se for necessário será encaminhado ao especialista em reprodução assistida, a fim de avaliar as técnicas disponíveis e indicações em cada caso.

Inseminação Artificial

Ocorre quando o sêmen do parceiro é coletado e introduzido diretamente na cavidade uterina. “Nesse procedimento a intenção é cortar o caminho percorrido pelos espermatozoides. Isso acontece quando no colo do útero existem anticorpos que matam os gametas masculinos” explica Dra. Michele, do grupo Huntington. Como na cavidade uterina já não há a possibilidade de haver tais organismos, o sêmen é depositado ali, através da técnica, para que os espermatozoides possam se dirigir ao óvulo sem impedimentos.

Outro motivo que leva à utilização da inseminação é a baixa quantidade de espermatozoides no sêmen. Ele então é tratado para que sua concentração aumente e seja finalmente implantado.

FIV – Fertilização In Vitro

Conhecida popularmente como “bebê de proveta”, na Fertilização in vitro a fecundação é feita fora do corpo materno. O primeiro passo é estimular a produção de mais de um óvulo por ciclo através de drogas específicas. Segundo a Dra. Michele, esses óvulos são sugados por uma agulha e então depositados em uma solução nutritiva para que se mantenham vivos. Em seguida, os espermatozoides também são colocados no mesmo recipiente para que ocorra a fecundação. Quando fertilizado, o óvulo é encaminhado a uma estufa onde se iniciará o processo de divisão celular.

Ao atingir o estágio de oito ou 16 células, o embrião já está apto a ser implantado no útero materno.

ICSI

Se a causa da fertilidade for proveniente do paciente masculino, é provável que a produção de espermatozoides seja muito baixa, rara ou praticamente inexistente.  Nesses casos, soma-se à FIV uma técnica chamada injeção intracitoplasmática de espermatozoide, a chamada ICSI, em que único espermatozoide especialmente selecionado é injetado em cada óvulo disponível.

Diagnóstico Pré-Implantacional (DPI) e Hibridização Genômica Comparativa

Uma das tecnologias mais avançadas no momento, o Diagnóstico Genético Pré-Implantacional (DPI), é feito através da técnica de Hibridização Genômica Comparativa (CGH), por array, que analisa a genética dos 24 cromossomos em uma única célula embrionária.

O diagnóstico prévio de alterações cromossômicas permite transferir ao útero materno apenas os embriões cromossomicamente normais, evitando padecimentos desnecessários. “É uma técnica indicada em casos de idade materna avançada, repetidas falhas de implantação, abortos de repetição e fator masculino severo.” observa a médica.

Vitrificação

A vitrificação é a técnica mais moderna de congelamento de óvulos, espermatozoides e embriões. Feito em nitrogênio líquido à baixíssima temperatura  (-196ºC), o processo acontece de forma rápida: leva cerca de 3 segundos para se congelar a célula. Diferentemente do antigo congelamento, que era mais lento e deixava a célula vulnerável à formação de cristais de gelo que a danificava, essa técnica não prejudica sua integridade e, após o descongelamento, ela permanece em ótima condição para uso. 

Ovodoação

A ovodoação é destinada a casais em que o fator ovulatório é a principal causa de infertilidade, seja pela incapacidade do ovário em produzi-los, seja pela acentuada queda na qualidade dos óvulos. O maior objetivo do programa é ajudar a paciente a engravidar através do óvulo de uma terceira pessoa.

O processo é sigiloso para ambas as partes: doadora e receptores não conhecerão a identidade um do outro.

Mitos dos tratamentos de fertilidade

Engravidar por técnicas de reprodução assistida é mais seguro e menos complicado do que se imagina

  • A minha gravidez está 100% garantida com a Fertilização in vitro (FIV)

Mito: "As taxas de sucesso na fertilização in vitro não passam de 60% dos casos a cada tentativa, considerando as melhores chances possíveis. Porém, constantemente a ciência busca melhorar essas taxas por exemplo com novas medicações hormonais as táticas de estimulação da ovulação são aperfeiçoadas. O mesmo acontece com o meio de cultivo de embriões e do preparo seminal.” diz a Dra. Cláudia.

  • Vou ficar gorda!

Mito: O uso de hormônios para a estimulação ovariana, em especial a progesterona podem causar um inchaço devido à retenção de líquido que pode elevar o peso da paciente a no máximo 2 ou 3 kg durante o tratamento. Isto ocorre como consequência da ação da progesterona em receptores mineralocorticóides.

Ao término do tratamento, ou quando se interrompe o uso da medicação, as pacientes tendem a eliminar estes “quilinhos” a mais através da urina.

  • Meu filho vai nascer com deficiência se for por fertilização in vitro!

Mito: “Este risco existe (quando falamos em síndromes, como Down), mas é equivalente às pacientes férteis e aumentam conforme a idade e não tem a ver com a técnica em si, mas com a estrutura da célula embrionária. Essa possibilidade, no entanto, pode ser evitada após a fertilização in vitro, quando os embriões são submetidos ao chamado diagnóstico pré-implantacional, através de uma biópsia para a certificação da presença de todos os cromossomos no embrião chamada de CGH (Comparative Genomic Hybridization). ” explica a Dra. Cláudia.

  • A biópsia embrionária vai fazer meu filho nascer sem partes do corpo!

Mito: “A biópsia embrionária é realizada no trofoectoderma, parte do blastocisto (nome dado ao embrião no 5º dia de cultivo em laboratório) que dará origem à placenta. Portanto, esta análise traduz a carga cromossômica do futuro embrião, mas sem danificá-lo, já que a massa celular interna do blastocisto, que dará origem ao embrião, não será afetada” pondera a médica.

  • Se urinar, evacuar, andar e descer escadas vou “perder” o tratamento.

Mito: Essas ações não comprometem o tratamento. Seria necessário algum trauma com sangramento para eliminar os embriões, por exemplo.

  • Se eu mantiver relações durante o tratamento, isso vai me ajudar a engravidar.

Mito parcial: Se o casal é infértil, ou seja, mantém relações sexuais frequentes e desprotegidas e não conseguem obter a gestação após um ano de tentativas, é provável que essa estratégia não funcione. Também durante o processo de estimulação ovariana, utilizamos certas medicações que impedem a ovulação até que os óvulos sejam recolhidos dos folículos para a fertilização. Uma vez sem óvulo, não tem como ocorrer gravidez.

Esclarecendo mais alguns mitos:

  1.  O tratamento de fertilidade não causa câncer.

  2. Apenas 20% das mulheres que fazem o tratamento têm gêmeos, não todas.

  3. Não conseguir ter filhos não é um problema somente da mulher. Muitos homens têm problemas de infertilidade também.

  4. A idade pode ser um empecilho para a gravidez , mas isso não determina totalmente que a mulher não poderá ter filhos.

Apoio: Grupo Huntington

 

 


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