Gestação gemelar monocoriônica-monoamniótica
Publicado em: 23.09.2014Uma de nossas pacientes nos levou a fazer uma revisão da literatura, sobre gestação gemelar monocoriônica-monoamniotica.
Esse tipo de gestação acontece quando um oócito é fecundado por um espermatozóide, e durante a divisão celular ocorre a divisao desta célula em 2 células iguais.
As gestações gemelares podem ser:
- dicoriônicas-diamnióticas (cada feto tem sua placenta e sua "bolsa das águas")
- monocoriônoca-diamniótica (os fetos compartilham a placenta, mas cada um tem a sua " bolsa das águas"): a divisão das células ocorre 4 a 8 dias após a fertlização.
- Monocoriônica-monoamniótica (2 gêmeos identicos, que compartilham a mesma placenta, a mesma membrana amniótica, portanto a mesma "bolsa das águas"): Isto ocorre quando a divisão acontece entre os dias 8 e 12 após a fertilização
Resumo:
- Gestações gemelares monoamnióticas resultam da divisão de um único oócito fertilizado. A membrana fetal corresponde a um âmnios e um córion.
- a incidência de gestações gemelares monoamnióticas é de aproximadamente 1: 10.000 gestações
- o diagnóstico pós natal da amniocidade é feito quando tempos o seguinte: mesmo sexo, uma única placenta (e não 2 placentas fundidas), e não há membrana separando os fetos
- mortalidade fetal pode acontecer em até 20% dos casos, e a principal causa é o entrelaçamento dos cordões
Recomendações baseadas na literatura:
- iniciar a vigilância fetal no inicio do terceiro trimestre.
- fazer controle com usg com doppler com 18, 25 e 30 semanas de gestação.
- a partir de 18 semanas, realizar usg a cada 2-3 semanas.
- avaliar uso de betametasona para maturação pulmonar fetal (12 mg/dia, 2 dias consecutivos), a partir de 28 semanas, quinzenal, pelo risco de parto prematuro
- avaliar internação com 28-30 semanas para avaliação de vitalidade fetal diária, com cardiotocografia
- alguns autores recomendam parto com 34 semanas. O site "Up to date" que analisa os últimos estudos e faz uma análise crítica dos riscos e benefícios, recomenda parto por cesárea com 32 semanas de gestação, devido a alta taxa de mortalidade após este período, independente da monitorização fetal
Segue o link para um artigo em português, com revisão de literatura sobre o tema.
Para maiores informações, consulte seu médico! Faça um prá-natal rigoroso, não falte as consultas e siga as recomendações médicas!
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